Mário Alberto Nobre Soares nasce em Lisboa. Filho de Elisa Nobre Baptista e João Lopes Soares, republicano, político (deputado e ministro durante a I República), oposicionista à ditadura do Estado Novo, reconhecido pedagogo e fundador do Colégio Moderno, em Lisboa.
Frequenta e conclui o ensino primário, no Bairro Escolar do Estoril, colégio fundado pelo seu pai e por João de Deus Ramos, e na escola oficial das Caldas da Rainha.
Frequenta o ensino liceal no Colégio Nun’Álvares, prosseguindo os estudos no Colégio Moderno, em Lisboa.
É detido pela primeira vez pela polícia, que interrompe uma sessão de música gregoriana comentada por Fernando Lopes Graça, no Grémio Alentejano, em Lisboa.
Ingressa na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no curso de Ciências Histórico-Filosóficas.
Adere às Juventudes Comunistas.
Inicia a sua atividade como militante antifascista, distribuindo propaganda comunista e do Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF) e fazendo, durante as férias grandes, já em 1943, palestras improvisadas de cultura política a pequenos grupos selecionados na região das Caldas da Rainha.
Adere ao Partido Comunista Português.
Publica os seus primeiros artigos no jornal República, numa
coluna intitulada “Cultura para Todos”.
Conhece Maria de Jesus Barroso, também estudante na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que viria a ser sua mulher.
A rendição da Alemanha nazi põe termo à guerra na Europa. Mário Soares assiste a uma aula na faculdade quando recebe a notícia. Interrompe a aula e, com um grupo de estudantes, convida os colegas a abandonar a sala. O grupo sai da faculdade numa manifestação que desce o Chiado até ao Rossio, em Lisboa, erguendo pequenas bandeiras dos países aliados e sendo saudados por pessoas que vão encontrando.
Mário Soares, juntamente com um grupo de camaradas, faz parar as aulas em muitas faculdades e liceus e convoca uma manifestação de estudantes para a Faculdade de Ciências de Lisboa. Logo de seguida, os estudantes juntam-se a milhares de pessoas que se deslocam até às embaixadas dos EUA, Grã-Bretanha e França.
Apresenta-se na sede do Movimento de Unidade Democrática (MUD), de oposição à ditadura, oferecendo o apoio da Universidade e propondo a realização de uma sessão pública da juventude, que formalizasse a adesão dos estudantes às reclamações do Movimento.
Mário Soares preside ao congresso realizado no Centro Republicano José Estevão onde é decidido transformar o Movimento Académico de Unidade Democrática (MAUD) em MUD Juvenil. É eleita uma Comissão Central, a que preside, sendo o primeiro representante do MUD Juvenil na comissão distrital do MUD de Lisboa.
Integra, como representante do MUD Juvenil, a Comissão Central do MUD.
É preso, desta vez já pela polícia política (PIDE), tal como todos os signatários dos documentos em que o MUD protesta contra o pedido de admissão de Portugal nas Nações Unidas. A prisão dura pouco tempo porque todos saíram afiançados graças à generosidade de Amadeu Gaudêncio, grande amigo de João Soares.
Participa numa sessão promovida pelo MUD em que apresenta a comunicação “A Juventude não está com o Estado Novo”.
Assina, enquanto membro da Comissão Central do MUD, um “Manifesto à Juventude”.
É preso, tal como toda a Comissão Central do MUD Juvenil. É posto em liberdade em agosto.
Prisão de todos os membros da Comissão Central do MUD, na Cadeia do Aljube. Mário Soares é encarcerado na mesma cela onde se encontra o seu pai, ainda preso na sequência da revolta anti-salazarista de 10 de abril de 1947.
Mário Soares é designado secretário-geral dos serviços da candidatura do general Norton de Matos à Presidência da República.
É preso. Casa, por procuração, na prisão do Aljube com Maria de Jesus Simões Barroso.
Nasce o seu primeiro filho, João.
Publica o seu primeiro livro: As Ideias Político-Sociais de Teófilo Braga.
É preso quando discursa no Centro Republicano António José de Almeida na sessão comemorativa do “Dia da Paz”, sendo libertado no dia seguinte.
Conclui a licenciatura em Ciências Histórico-filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Nasce a sua filha Isabel.
Inicia o curso de Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Inicia o curso de Direito, na Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa.
Começa a trabalhar como
administrador do
Colégio Moderno
e, depois, como professor.
Funda, com várias figuras da oposição, como Manuel Mendes, Piteira Santos, Ramos da Costa e Gustavo Soromenho, a Resistência Republicana Socialista.
É um dos assinantes do documento “Pela Paz entre as Nações”.
Na qualidade de representante da Resistência Republicana, Mário Soares integra o Directório Democrato-Social.
Conclui o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Começa a exercer advocacia no escritório de Gustavo Soromenho e Pimentel Saraiva, na Rua do Ouro, n.º 87, 2.º direito, em Lisboa.
É um dos subscritores do documento que o Directório Democrato-Social dirige ao Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, solicitando condições para que as eleições presidenciais fossem livres e justas.
Apoia e empenha-se na candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República.
Participa na “Revolta da Sé”, conspiração revolucionária militar e civil que acaba por ser desmantelada pela PIDE.
É um dos signatários do documento que pede o afastamento do ditador Oliveira Salazar da vida política.
Defende vários presos políticos, entre eles, um dos mais ativos conspiradores civis, Fernando Oneto.
Desenvolve uma importante atividade na organização das comemorações do 50º aniversário da implantação da República. É, uma vez mais, preso pela PIDE.
É um dos principais subscritores do Programa para a Democratização da República entregue na Presidência da República.
São detidos os subscritores do Programa para a Democratização da República. Mário Soares cumpre seis meses de prisão entre as cadeias do Aljube e Caxias.
Mário Soares é escolhido para Secretário-geral da Acção Socialista Portuguesa (ASP), que funda em Genebra, com Francisco Ramos da Costa e Manuel Tito de Morais. Na mesma reunião é aprovada a “Declaração de Princípios” da nova Organização.
Após o assassinato de Humberto Delgado, Mário Soares e Abranches Ferrão são constituídos advogados da mulher e dos filhos do general.
É detido, tal como Abranches Ferrão, Raúl Rego, Pires de Lima e Catanho de Meneses, quando se preparava para ir a Espanha com o objetivo de assistir às exéquias de Humberto Delgado.
Mário Soares lê, em nome de todos os candidatos oposicionistas às eleições para a Assembleia Nacional, o “Manifesto ao País”.
É um dos subscritores da “Exposição ao presidente da República sobre os 40 anos do Estado Novo”.
É recebido em Roma, na qualidade de secretário-geral da Acção Socialista Portuguesa, por dirigentes do Partido Socialista italiano.
Um jornalista inglês do Sunday Telegraph contacta Mário Soares com o objetivo de recolher informações sobre o caso “Ballets Rose”, um escândalo sexual que envolvia personalidades ligadas ao Regime. Mário Soares remete-o para o advogado Pires de Lima e limita-se a indicar-lhe o juízo onde corre o processo.
O caso “Ballets Rose” é divulgado pelo Sunday Telegraph. Soares é preso no seu escritório da Rua do Ouro, acusado de ter prestado “informações falsas e difamatórias à imprensa internacional, suscetíveis de prejudicar o bom nome de Portugal”. A prisão desencadeia uma onda de protestos internacionais.
Mário Soares é libertado da prisão de Caxias, sem instauração de qualquer processo.
É novamente preso, sendo-lhe anunciada a sua deportação, por tempo indeterminado, para S. Tomé.
Parte para o desterro em S. Tomé, tendo no Aeroporto de Lisboa uma multidão a manifestar-se contra a sua deportação, entre a qual se encontrava a sua mulher e filhos. A polícia carrega sobre os manifestantes, com exceção de Maria Barroso.
Começa a escrever o seu depoimento sobre o fascismo, o livro Portugal Amordaçado.
Já depois de Salazar ser substituído por Marcello Caetano como Presidente do Conselho, Mário Soares regressa a Portugal, chegando a Lisboa no dia 12.
Escreve um “Breve comentário a uma ‘Conversa em Família’ de Marcello Caetano”, que, apesar de importantes cortes da censura, é publicado no Diário de Lisboa.
Publica a obra, Escritos Políticos, compilação de alguns escritos políticos selecionados, todos posteriores a 1965, onde são feitas críticas à situação política do país e se apontam caminhos para a democratização do Regime.
É um dos subscritores do manifesto “Ao País”.
Apresenta uma comunicação ao II Congresso de Aveiro, subordinada ao tema "A Constituição de 1933 e a evolução democrática do País".
Acompanhado por Gustavo Soromenho, Mário Soares assiste ao IX Congresso da Internacional Socialista, em Inglaterra, como "convidado de honra", tendo a oportunidade de dirigir uma saudação aos congressistas.
A Acção Socialista Portuguesa e vários independentes decidem constituir, em Lisboa, Porto e Braga, a Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD).
Após uma viagem de informação e esclarecimento sobre a situação política portuguesa, que o levou ao Brasil, à Venezuela, a Porto Rico, ao México e aos Estados Unidos da América, Mário Soares profere uma importante conferência de imprensa no Overseas Press Club, em Nova Iorque, organizada pela revista Ibérica, com o patrocínio da Liga Internacional dos Direitos do Homem, em que denuncia a política colonial do governo e as prisões ilegais de Salgado Zenha e Jaime Gama.
A convite do presidente da Comissão dos Países Europeus não Membros do Conselho da Europa, desloca-se a Estrasburgo para participar no debate sobre as "Violações dos direitos humanos em Portugal", que decorre durante a 22.ª sessão ordinária do Conselho da Europa.
Mário Soares é forçado ao exílio na sequência de um processo em que é acusado de "traição à Pátria". Passa alguns meses como exilado em casa de um amigo, o cientista e também oposicionista Mário Ruivo, na aldeia italiana de Piediluco embora tendo fixado residência em Paris.
Morre o seu pai, João Lopes Soares. Sem autorização prévia, Mário Soares desloca-se a Portugal para assistir ao funeral de seu pai e prestar-lhe uma derradeira homenagem. Três dias depois, a Direção-Geral de Segurança (DGS) confronta-o com duas alternativas: ou segue para o exílio ou é imediatamente preso. Soares abandona novamente o país e regressa a Paris.
É contratado como "Chargé de Cours" (Professor convidado), em Vincennes (Paris VIII) e na Sorbonne.
Em Milão, participa no colóquio “Os problemas dos países mediterrânicos no quadro da integração europeia”. Participa também Enrique Tierno Galván.
É convidado a lecionar como Professor-convidado na Universidade da Alta Bretanha (Rennes).
Publica, em Paris, Portugal Bailloné - Un Témoignage, pela editora Calmann-Levy. O governo português proíbe a importação ou edição do livro.
A Acção Socialista Portuguesa é admitida como membro de pleno direito na Internacional Socialista, durante o XII Congresso da organização, reunido em Viena. No Congresso, Mário Soares fez uma importante intervenção no debate sobre o tema "Política socialista para a Europa".
É fundado o Partido Socialista (PS), em Bad Münstereifel, nos arredores de Bona (República Federal da Alemanha), resultante da reunião de um grupo de socialistas que decidem transformar a ASP em partido político. Mário Soares é eleito Secretário-geral do PS.
Realiza-se o primeiro Congresso do Partido Socialista. Mário Soares apresenta um relatório de análise da situação política e de perspetivas de atuação.
Mário Soares desloca-se a Londres (na mesma altura que Marcello Caetano), a convite do Partido Trabalhista e do Instituto Católico para as Relações Internacionais. À frente de uma delegação do PS, constituída por Jorge Campinos, Fernando Loureiro e José Neves, participa, durante os três dias da sua visita, em conversações com uma delegação do Partido Trabalhista, constituída por Harold Wilson, James Callaghan e Ron Hayward. No final das conversações, as duas delegações divulgaram um extenso comunicado conjunto em que afirmavam, nomeadamente, que "Marcello Caetano não pode ser reconhecido como o legítimo representante do Povo português".
Publica um artigo no jornal Le Monde onde refere que "qualquer coisa mexe, finalmente, em Portugal!".
De Bona, onde Mário Soares se encontrava a convite de Willy Brandt, parte para Paris após ter sido informado pelos serviços do Partido Social Democrata (SPD) de que em Portugal eclodiu um movimento militar revolucionário.
Ainda em Paris, Mário Soares emite um comunicado onde se declara que "a tomada de posição das Forças Armadas Portuguesas, derrubando o governo fascista e colonialista de Marcello Caetano, representa um ato altamente positivo e patriótico, que vem abrir uma nova fase na vida nacional" e se apela à "mais vasta unidade de todas as forças democráticas e de progresso". O comunicado é assinado por Mário Soares, Manuel Tito de Morais, Francisco Ramos da Costa, Jorge Campinos e Fernando Loureiro.
Acompanhado por Maria Barroso, Tito de Morais, Ramos da Costa e outros dirigentes socialistas, bem como do seu amigo e companheiro de exílio Fernando Oneto, Mário Soares parte para Lisboa no Sud Express, no “comboio da liberdade”.
Mário Soares regressa a Portugal, sendo o primeiro exilado político dirigente da Oposição Democrática a regressar. Em Santa Apolónia saúda a enorme multidão que o aclama e profere um breve discurso da varanda principal da estação. Depois de uma improvisada conferência de imprensa na sala de espera, apinhada de jornalistas, Raúl Rêgo pede-lhe que o acompanhe ao edifício do Estado-Maior-General das Forças Armadas na Cova da Moura onde o general Spínola o aguarda. O general pede-lhe que use a sua influência internacional no sentido do reconhecimento do novo poder político português.
Discursa no Estádio 1º de Maio perante a enorme multidão que ali se concentra.
Desloca-se num avião da TAP, para o efeito expressamente fretado
pela Junta de Salvação Nacional, sendo o primeiro mensageiro do
dia 25 de Abril na Europa, percorrendo as capitais de países
membros da CEE. Em Londres é recebido por Harold Wilson e James
Callaghan, em
Bona
por Willy Brandt, em Roma por Pietro Nenni e no Vaticano pelo
Cardeal Agostino Casaroli. Em Helsínquia encontra-se com os
quatro líderes da social-democracia escandinava - Olaf Palme
(Suécia), Kalevi Sorsa (Finlândia), Tygrevie Brateli (Noruega) e
Anker Jorgensen (Dinamarca) - para explicar aos Chefes de Estado
e de Governo europeus a importância das modificações ocorridas
em Portugal.
Em Bruxelas, tem um primeiro encontro secreto
com o presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola
(MPLA).
É nomeado
Ministro dos Negócios Estrangeiros
do I Governo Provisório.
Afirma que Portugal reconhece como
interlocutores os movimentos independentistas: PAIGC (Guiné),
MPLA, UNITA e FNLA (Angola) e FRELIMO (Moçambique).
Num Comício do PS no Porto milhares de pessoas aplaudem os discursos de François Mitterrand e Mário Soares. No dia seguinte, há um novo comício, desta vez em Lisboa.
Mário Soares é nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros do II governo provisório.
Recebe, oficialmente, em Lisboa o secretário-geral da ONU, Kurt Waldheim, com quem debate a situação dos territórios africanos sob administração portuguesa tendo em vista os respetivos processos de descolonização.
Chefia a delegação portuguesa que negoceia e assina, em Argel, com uma delegação do PAIGC chefiada por Pedro Pires, o acordo que fixa a data de 10 de setembro seguinte para o reconhecimento definitivo da independência da República da Guiné-Bissau.
Em Lusaka, chefiando uma delegação portuguesa constituída por Almeida Santos e Melo Antunes, Mário Soares negoceia e assina o acordo de cessar-fogo com a FRELIMO e fixa em 25 de junho de 1975 a data da proclamação da independência da República Popular de Moçambique.
Mário Soares desloca-se a Nova Iorque, onde pronuncia discurso na 29.ª sessão da Assembleia Geral da ONU, subordinado ao tema "O novo Portugal e as Nações Unidas". As agências de informação internacionais sublinham, ao acabar de proferir o seu discurso, que teve um verdadeiro "acolhimento de herói". Durante a sua estada nos EUA, avista-se com Henry Kissinger e Robert McNamara.
Discursa perante a Assembleia Consultiva do Conselho da Europa.
É editada a versão portuguesa de Portugal Amordaçado.
Mário Soares toma posse como Ministro dos Negócios Estrangeiros do III governo provisório.
Acompanha o Presidente da República, Francisco da Costa Gomes, na sua deslocação aos EUA, encontrando-se com Gerald Ford. Os dois presidentes decidem estabelecer uma mais ampla cooperação entre Portugal e os EUA.
I Congresso do Partido Socialista na legalidade. Mário Soares, enquanto Secretário-geral do partido, apresenta o relatório “Socialismo, sim, ditadura, não!”, que foi aprovado por 850 votos a favor e 3 contra. É reeleito Secretário-geral do PS.
Comício do Partido Socialista contra a unicidade sindical.
Mário Soares toma posse como Ministro sem pasta do IV governo provisório.
Registam-se uma série de incidentes nas comemorações do Dia do Trabalhador, em Lisboa. Mário Soares é impedido de entrar no Estádio 1º de Maio.
Início da crise no jornal República entre alguns trabalhadores e o diretor Raul Rêgo e a restante direção. O PS reage violentamente. Mário Soares, acompanhado por outros dirigentes e simpatizantes socialistas, manifesta-se junto à sede do jornal, acusando o PCP de estar por trás dos acontecimentos.
Mário Soares e todos os ministros socialistas abandonam o IV governo provisório, na sequência do “caso República”.
Num grande comício promovido pelo PS na Fonte Luminosa, em Lisboa, Mário Soares pede a demissão do Primeiro-ministro, Vasco Gonçalves.
Participa num debate com o líder do PCP, Álvaro Cunhal, na RTP, onde fica patente o antagonismo das suas posições sobre a situação política e visões para o país.
No segundo grande comício organizado pelo PS na Fonte Luminosa, em Lisboa, Mário Soares profere um empolgante discurso de apoio ao VI governo provisório.
Publica Liberdade para Portugal, em colaboração com Willy Brandt e Bruno Kreiski.
Tem início, no Porto, a Cimeira Socialista de solidariedade para com o PS, "A Europa Connosco", que contou com a presença de delegações e líderes políticos de todos os países da Europa Ocidental.
Mário Soares toma posse como Primeiro-ministro do I governo constitucional.
Inicia a discussão do Programa do I governo constitucional na Assembleia da República, que inclui a defesa da adesão de Portugal à CEE, referindo, designadamente: “No que diz respeito à Comunidade Económica Europeia (CEE), há também que encarar a nossa adesão, embora o processo seja necessariamente mais longo e mais complexo do que o previsto para o Conselho da Europa. Todavia, é esse o caminho que importa percorrer.”
Portugal solicita a admissão ao Conselho da Europa.
O Presidente do Conselho de Ministros da CEE, Max Van der Stoel, reúne em Lisboa com Mário Soares e Ramalho Eanes.
Portugal é admitido no Conselho da Europa, tornando-se o 19.º Estado-membro. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, José Medeiros Ferreira, assina a Convenção Europeia dos Direitos do Homem.
No II Congresso do PS, Mário Soares é reeleito Secretário-geral.
É eleito vice-presidente da Internacional Socialista, em Genebra.
Recebe o mais alto galardão atribuído pela Liga Internacional dos Direitos do Homem.
O governo português é autorizado pela Assembleia da República a solicitar a adesão de Portugal às Comunidades Europeias.
É promulgado o Tratado de Adesão de Portugal ao Conselho da Europa.
Realiza a segunda ronda pelas capitais da CEE (Paris, Bona, Haia, Luxemburgo e Bruxelas), passando também por Estrasburgo, sede do Conselho da Europa. No dia 11 discursa, durante a visita à Comissão Europeia.
Mário Soares faz um balanço, perante a Assembleia da República, das suas viagens às capitais dos Estados membros da CEE. Afirma que a integração europeia “representa a abertura de Portugal à modernidade”.
Portugal pede formalmente a sua adesão às Comunidades Europeias (CECA, CEE, CEEA).
É formalmente aceite o pedido de adesão de Portugal ao Mercado Comum.
Em Estrasburgo, Mário Soares discursa perante a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa para afirmar que o caminho de “regresso à Europa” estava definido pelo governo português e era um “marco fundamental”.
Após a demissão do Ministro dos Negócios Estrangeiros, José Medeiros Ferreira, Mário Soares assume essa pasta até ao final do mandato do governo.
Mário soares pronuncia a lição inaugural no Colégio da Europa, em Bruges, onde refere: “A adesão é para nós o indispensável salto qualitativo que constituirá, ao mesmo tempo, uma sólida defesa para as nossas instituições democráticas recentemente estabelecidas e a via irreversível para um destino em que queremos participar”.
O Presidente da Comissão das Comunidades Europeias, Roy Jenkins, visita Portugal.
É rejeitada a moção de confiança ao governo que Mário Soares apresenta na Assembleia da República. O I governo constitucional é derrubado.
Mário Soares é nomeado Primeiro-ministro, após um acordo de incidência governamental entre o PS e o CDS.
Toma posse o II governo constitucional, chefiado por Mário Soares.
Visita a Portugal do Vice-presidente da Comissão Europeia, Lorenzo Natali.
A Comissão Europeia dá parecer favorável sobre o pedido de adesão de Portugal. A Comissão pede ao Conselho de Ministros a abertura, o mais rapidamente possível, das negociações.
O Conselho de Ministros da CEE aprova a candidatura de Portugal, pronunciando-se favoravelmente sobre o parecer da Comissão relativamente ao pedido de adesão português, dando início às negociações formais.
O Presidente da República, Ramalho Eanes, exonera Mário Soares do cargo de Primeiro-ministro. O governo cai.
No Luxemburgo, decorre a sessão formal de abertura das negociações para a adesão de Portugal às Comunidades Europeias.
Entram em vigor os protocolos adicional e financeiro aos acordos de 1972 entre Portugal e a CEE, que foram firmados a 20 de agosto de 1976
Mário Soares publica o livro O Futuro será o Socialismo Democrático, onde reúne várias entrevistas que concedeu a jornalistas.
Decorre o III Congresso do PS onde é aprovado o documento “Dez anos para mudar Portugal” e Mário Soares é reeleito Secretário-geral do partido.
A CEE concede um empréstimo de cerca de 27 milhões de dólares a Portugal para apoio ao investimento em projetos de desenvolvimento no setor do abastecimento da energia elétrica.
Chefiando uma delegação da Internacional Socialista, Soares desloca-se a Nicarágua e ao Equador.
O Vice-presidente da CEE, Lorenzo Natali, desloca-se a Portugal para inaugurar o Gabinete de Informação da CEE em Portugal.
Richard Burke, comissário da CEE, anuncia, em Lisboa, que Portugal e Espanha deverão ingressar em simultâneo na CEE.
A CEE decide conceder a Portugal um auxílio financeiro de pré-adesão destinado a preparar o nosso país para a integração na Comunidade.
O Secretário-geral do PS, Mário Soares, anuncia oficialmente o apoio do seu partido ao general Ramalho Eanes nas eleições presidenciais.
O Parlamento Europeu confirma a data de adesão de Portugal à CEE para 1 de janeiro de 1983.
Mário Soares auto-suspende-se de Secretário-geral do PS, recusando aprovar a recandidatura do general Eanes à Presidência da República devido às declarações proferidas por este na conferência de imprensa do passado dia 14. A Comissão Nacional do PS opta por manter o apoio a Ramalho Eanes.
É assinado o projeto de acordo entre a CEE e Portugal relativo à concretização do auxílio financeiro de pré-adesão.
Mário Soares retoma as funções de Secretário-geral do PS.
É reeleito Secretário-geral do PS, no IV Congresso do partido. No mesmo dia, François Mitterrand vence as eleições presidenciais franceses. Soares desloca-se a Paris para felicitar o novo presidente francês.
A presidente do Parlamento Europeu, Simone Veil, reúne em Lisboa, apontando como principais problemas para a adesão de Portugal os que incidem sobre a produção têxtil, o da liberdade de movimentos dos trabalhadores portugueses pelos países da CEE e os que se referem à política agrícola.
Em Bruxelas, os ministros dos Negócios Estrangeiros da CEE não chegam a acordo sobre várias questões relacionadas com a adesão de Portugal, entre elas o regime a que deverão estar sujeitas as exportações têxteis portuguesas após a adesão.
Na abertura de um seminário promovido pelo PS sobre “A política regional na comunidade alargada”, Mário Soares acusa o Governo de ser incapaz de ultrapassar o impasse nas negociações para a adesão à CEE.
O Parlamento Europeu aprova uma resolução favorável à entrada de Portugal e da Espanha na CEE em janeiro de 1984.
Portugal negoceia os primeiros cinco dossiês da adesão.
É rejeitada a proposta sobre livre circulação de mão-de-obra apresentada por Portugal à CEE.
O Conselho de Ministros da CEE chega a acordo quanto ao regime de comércio têxtil que será proposto a Portugal.
Mário Soares debate novamente com Álvaro Cunhal, na televisão, no programa “Clube da Imprensa”, na RTP 2.
Em Madrid, participa, com Felipe González, na cimeira entre o PS e o PSOE.
Verifica-se um impasse nas negociações para a adesão de Portugal à CEE, uma vez que não existe acordo sobre o controlo dos investimentos estrangeiros em Portugal, nem sobre a aplicação do nível zero ao IVA.
Gaston Thorn, presidente da Comissão Executiva da CEE, apela aos líderes europeus para que acelerem tanto quanto possível os processos negociais de adesão de Portugal e Espanha à CEE.
Mário Soares e Carlos Alberto Mota Pinto, líder do PSD, assinam um acordo político, parlamentar e de governo, entre PS e PSD.
Toma posse como Primeiro-ministro do IX governo constitucional.
Numa reunião em Bruxelas, são concluídos os dossiês relativos à adesão de Portugal à CEE relacionados com a harmonização da legislação, proteção ambiental e do consumidor.
No V Congresso do PS, Soares é reeleito Secretário-geral do partido com 86,4% dos votos.
Em Bruxelas, participa numa reunião da Internacional Socialista. Reúne ainda com vários responsáveis da Comunidade Europeia.
Mário Soares reafirma que os grandes investimentos para a modernização da economia portuguesa dependem da entrada de Portugal na CEE.
Em Genebra, declara que Portugal renuncia a tornar-se membro da CEE se uma decisão sobre a sua adesão não for tomada até junho.
O Conselho de Ministros da CEE fixa a data de 30 de junho de 1984 para a conclusão das negociações de adesão de Portugal e da Espanha à Comunidade, concordando, assim, tacitamente com a integração dos dois países a partir de 1 de janeiro de 1986.
O Comité Misto Parlamento Europeu/Assembleia da República recomenda que a adesão de Portugal ao Mercado Comum se realize a 1 de janeiro de 1986.
O Conselho de Ministros da CEE aprova um documento sobre o setor das pescas destinado à regularização da situação portuguesa das pescas face à CEE. Dois dias depois o ministro Ernâni Lopes declara que Portugal não aceita a proposta da CEE para o setor.
François Mitterrand anuncia, em Paris, que a adesão de Portugal à CEE será concretizada a 1 de janeiro de 1986.
Mário Soares e João Mota Amaral analisam a integração dos Açores no Mercado Comum.
Apresentação do texto da ‘Declaração Conjunta’ (Constat d’Accord) entre Portugal e a CEE.
Assinatura, em Dublin, da ‘Declaração Conjunta’ (Constat d’Accord) por Mário Soares e Garret Fitzgerald, primeiro-ministro irlandês e presidente do Conselho das Comunidades. Mário Soares discursa na cerimónia.
Primeira reunião da Comissão de Redação do Tratado de Adesão de Portugal e Espanha no Mercado Comum.
Resolução do Parlamento Europeu sobre a adesão de Portugal e Espanha.
Início da reunião de dois dias dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CEE juntamente com delegações espanhola e portuguesa, subordinada à negociação do alargamento.
Mário Soares discursa na sessão de encerramento da Conferência Internacional sobre a Integração de Portugal na CEE, que decorreu em Lisboa, desde dia 4.
Acordo de princípio entre Portugal e a CEE sobre agricultura, pescas e assuntos sociais.
Apresentação ao Conselho de Ministros da CEE da proposta de compromisso global, composta por quatro dossiês – Assuntos Sociais, Agricultura, Pescas e Recursos Próprios – para a adesão de Portugal.
Em Madrid, Soares participa no Congresso da União dos Partidos Socialistas da CEE. Reúne também com Felipe González sobre a adesão dos dois países ibéricos à CEE.
Mário Soares encerra o debate parlamentar sobre a integração de Portugal na CEE.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da CEE marcam a data da assinatura dos tratados de adesão de Portugal e Espanha: 12 de junho de 1985.
Resolução do Parlamento Europeu relativa ao parecer sobre a conclusão das negociações de adesão de Portugal e Espanha.
Durante a Cimeira luso-espanhola, Mário Soares e Felipe González debatem a construção da Europa política.
O Conselho de Ministros habilita o Primeiro-ministro a dar conhecimento oficial ao Presidente da República de que estão reunidas as condições necessárias à assinatura do tratado de adesão.
Cerimónia da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à CEE,
no
Mosteiro dos Jerónimos, que entrará em vigor no dia 1 de janeiro de 1986. Discursam
Mário Soares, Bettino Craxi, Giulio Andreotti e Jacques Delors.
Afirma
Mário Soares: “Para Portugal, a adesão à CEE representa uma
opção fundamental por um futuro de progresso e de modernidade.
Mas não se pense que seja uma opção de facilidade. Exige muito
dos Portugueses, embora lhes abra simultaneamente largas
perspectivas de desenvolvimento”.
Mário Soares é recebido pelo Presidente da República e dirige uma comunicação ao País através da RTP, anunciando a sua demissão.
Ratificação do Tratado de Adesão de Portugal à CEE pela Assembleia da República, com os votos favoráveis do PS, PSD, CDS, ASDI e UEDS, e os votos contra do PCP e Verdes, estando o MDP ausente da votação.
Num hotel de Lisboa decorre uma cerimónia em que numerosas individualidades convidam Mário Soares a candidatar-se à Presidência da República.
Na Convenção Nacional do PS, realizada em Lisboa, é aprovada por unanimidade e aclamação a decisão de Mário Soares se candidatar à Presidência da República.
A adesão de Portugal e Espanha à CEE é aprovada pelo Parlamento Europeu, através da aprovação do relatório da sua Comissão Política que recomendava o alargamento do Mercado Comum aos dois países ibéricos.
Mário Soares discursa na cerimónia de inauguração da sede da sua candidatura à Presidência da República, em Lisboa.
Auto-suspende-se do cargo de secretário-geral do PS, sendo substituído por António Macedo.
A Assembleia da República elege os 24 primeiros deputados portugueses que, a partir de 13 de janeiro de 1986, vão tomar assento no plenário do Parlamento da CEE.
Portugal e Espanha passam a fazer, formalmente, parte das Comunidades Europeias.
Realiza-se a primeira volta das eleições presidenciais. Freitas do Amaral obtém 46,3% dos votos, Mário Soares 25,4%, Salgado Zenha 20,9% e Lurdes Pintassilgo 7,4%. Os dois candidatos mais votados passam à segunda volta.
Realiza-se a segunda volta das eleições presidenciais: Mário Soares, com 51,8% dos votos, derrota Freitas do Amaral (48,8%), tornando-se o primeiro civil a ocupar a Presidência da República desde a queda da I República, em 1926.
Mário Soares toma posse como Presidente da República perante a Assembleia da República, reunida em sessão solene. Na ocasião profere um discurso intitulado "Unir os Portugueses, Servir Portugal”.
Inicia uma visita a Estrasburgo onde profere um discurso, perante o Parlamento Europeu, intitulado "O Destino Europeu de Portugal”.
Início da primeira ‘Presidência Aberta’ de Mário Soares, na cidade de Guimarães. Entre os dias 16 e 25 passa ainda por Braga, Porto e Viana do Castelo.
Assina o decreto de ratificação do tratado que institui o Acto Único Europeu.
Profere, na American-European Community Association, em Washington, um discurso intitulado “Uma responsabilidade mundial”.
Profere o discurso “Uma Sociedade Moderna, Humana e de Progresso”, no Wilson Center, em Washington. Recebe o doutoramento honoris causa pela Universidade de Brown.
Recebe o Prémio Robert Schuman.
Preside à sessão de abertura da 8ª Conferência Interparlamentar CEE-América Latina, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Profere o discurso: "Uma Europa em Diálogo”.
Em Moscovo, profere um discurso em que defende a necessidade de "Contribuir para um clima de Diálogo e confiança”.
Preside à sessão solene de abertura do congresso internacional sobre "As Humanidades Greco-Latinas e a Civilização Universal", com a presença de Leopold Senghor.
No Luxemburgo, discursa sobre "realizar o ideal europeu" na sede do Tribunal de Justiça das Comunidades.
Preside à cerimónia de encerramento da Campanha para o Mundo Rural organizada pelo Conselho da Europa, em Lubeck na (RFA) juntamente com o Presidente da República Federal da Alemanha.
Discursa na Assembleia Geral da FAO, em Roma, no Dia Mundial da Alimentação. A sua intervenção tem como título “Um combate de todos”.
Preside à sessão de encerramento da Assembleia das Regiões da Europa, no Funchal, onde pronuncia o discurso "Uma Europa mais solidária”.
Recebe o doutoramento honoris causa pela Universidade de Bolonha e, no Instituto Universitário Europeu de Florença, faz um discurso sobre o futuro da Europa e as suas responsabilidades perante o mundo.
De visita de Estado à Hungria, profere dois discursos intitulados: “A outra Europa” e “O valor universal da liberdade”.
De visita de Estado à Guiné-Bissau, profere o discurso: “Amizade secular”.
De visita de Estado à Costa do Marfim, as suas intervenções têm como preocupação maior a consolidação da solidariedade "Norte-Sul”.
De visita de Estado ao Zaire, profere o discurso “Desenvolvimento e liberdade”.
Preside à sessão de abertura da 3ª Conferência Anual do Semanário Económico, subordinada ao tema "A Europa dos Anos 90", na qual participam, entre outras personalidades portuguesas e estrangeiras, Henry Kissinger e Martin Feldstein. Profere então uma conferência: "A Europa dos anos 90”.
Recebe o Presidente da República da África do Sul, Frederick de Klerk, em visita oficial a Portugal. Profere então um discurso intitulado “A coragem da mudança”.
Realizada uma visita de Estado a Marrocos durante a qual profere o discurso “Um reencontro de culturas”.
Profere o discurso "Valorizar o mar" na sessão de abertura da 1ª Assembleia Geral do Instituto Hispano-Luso-Americano de Direito Marítimo.
Em Estrasburgo preside ao colóquio internacional "Europe: les chemins de la Democratie", promovido pelo Conselho da Europa.
Declara recandidatar-se à Presidência da República com um discurso intitulado “Organizemos em comum os caminhos do futuro”.
Profere o discurso "Portugal na Comunidade Europeia do futuro" na sessão de abertura da Conferência organizada pelo Grupo Socialista do Parlamento Europeu e realizada em Lisboa.
Profere a comunicação à comissão de honra da sua campanha de recandidatura à Presidência da República: “A minha ambição: servir Portugal na modernização, na participação e na solidariedade”.
Mário Soares é reeleito Presidente da República, com 70,4% dos votos. Os outros candidatos obtêm as seguintes votações: Basílio Horta 14,2%, Carlos Carvalhas 12,9% e Carlos Marques 2,6%.
Sessão de tomada de posse do segundo mandato de Mário Soares como Presidente da República. Profere um discurso intitulado “Imperativo nacional”.
Profere o discurso "Os diálogos renascentes" em Florença, na cerimónia em que lhe é atribuída a Medalha de Reconhecimento Académico pelos Studi di Firenze.
É criada, em Lisboa, a Fundação Mário Soares.
Mário Soares preside ao colóquio "Reflexões sobre a Nova Carta Política Europeia", que na sequência dos encontros de Praga, se realiza na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Participa nas "Grandes Conferências Católicas", realizadas em Bruxelas, onde profere o discurso "O desígnio humanista da Europa".
Preside a uma reunião do Conselho de Estado para analisar o Tratado da União Europeia assinado em Maastricht e as suas implicações.
Profere o discurso “Jacques Delors: um cidadão europeu", na cerimónia de entrega do Prémio Carlos Magno ao Presidente da Comissão das Comunidades Europeias realizada em Aachen.
Em Barcelona, participa na Conferência "Os Países Ibéricos na Nova Europa”.
A cimeira de Lisboa, que decorre no Centro Cultural de Belém, encerra a presidência portuguesa da CEE. "Um brinde pela Europa" são as palavras que profere perante os Chefes de Estado e de Governo que então se encontram em presentes no banquete que lhes foi oferecido no Palácio da Ajuda.
Em França, Soares profere uma conferência em Lyon, intitulada "Resistência e memória", integrada nas jornadas organizadas pelo Centro de História da Resistência e da Deportação.
No Porto, preside à sessão de abertura do ciclo de conferências "Portugal, a Europa e o Mundo: Estratégias de Desenvolvimento".
Mário Soares profere o discurso "Mar: património da humanidade" em Lisboa, na sessão de abertura da Reunião Anual da ACOP (Organização Internacional para a Proteção do Mar).
Publica, na revista Expansão, o artigo “A opção comunitária, oito anos depois”.
Na receção ao Rei Hassan II, de Marrocos, profere o discurso “Portugal e o mundo mediterrâneo”, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
No Porto, preside à cerimónia de atribuição dos prémios europeus "Prix Europa 93", no Coliseu do Porto.
Profere o discurso "Exemplo de diálogo entre culturas", no ato de doutoramento honoris causa que lhe é concedido pela Universidade Aberta Internacional da Ásia , em Macau.
Recebe em visita oficial o líder da OLP, Yasser Arafat. Profere o discurso "Conseguir a paz" no Palácio de Queluz, no jantar oferecido em honra do líder palestiniano.
Preside à cerimónia inaugural de "Lisboa 94 - Capital da Cultura da Europa”.
Dirige uma mensagem ao país, intitulada “Portugueses e europeus”, apelando ao voto nas eleições para o Parlamento Europeu.
Desloca-se a Paris para a cerimónia de entrega do Prémio Houphouet Boigny para a Paz, na UNESCO, a Yitzhac Rabin, Shimon Peres e Yasser Arafat.
Em Hyères-les-Palmiers (Nice) participa na Conferência Internacional “Humanismo e Diálogo dos Povos do Mediterrâneo”.
Em Genebra participa na conferência "A União Europeia e os Pequenos Países- Os casos de Portugal e Suíça”.
É criada, em Tóquio, a Comissão Mundial Independente para os Oceanos. Mário Soares aceita presidir à comissão.
É inaugurada a Fundação Mário Soares, em Lisboa.
É eleito presidente da Fundação Portugal-África.
Mário Soares é eleito, em Roma, Presidente do Movimento Europeu. Na ocasião afirma: “A tarefa mais importante será pressionar para que se alargue e se espalhe a ideia da Europa numa lógica federalista. Uma Europa dos jovens, das mulheres e dos cidadãos com direitos e deveres”.
Recebe, em Roma, o Prémio da Paz, da Fundação Juntos pela Paz.
Abertura do Arquivo Mário Soares, depositado na Fundação Mário Soares, em Lisboa.
Mário Soares é nomeado Presidente do Comité dos Sábios para a Reestruturação do Conselho da Europa. Apresenta o relatório final em novembro de 1998.
Recebe, em Paris, o Prémio Internacional Simão Bolívar, da UNESCO.
Por iniciativa do Grupo de Lisboa, é nomeado Presidente do Comité Promotor de Um Contrato Mundial da Água.
É nomeado Presidente da Comissão Nacional das Comemorações do 50º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
É nomeado, pelo Secretário-geral das Nações Unidas, para a Missão de Informação sobre a Situação da Argélia. Entrega o relatório final da missão a 10 de setembro de 1998.
É publicado, em inglês, o relatório da Comissão Mundial Independente para os Oceanos presidida por Mário Soares, intitulado “The Ocean our future”.
Mário Soares é cabeça de lista do Partido Socialista às eleições europeias, é eleito deputado ao Parlamento Europeu, onde esteve até 2004.
Candidata-se à Presidência do Parlamento Europeu, mas perde para a eurodeputada francesa, Nicole Fontaine.
Dirige publicamente duras críticas a George W. Bush, devido à intervenção militar dos EUA no Afeganistão.
Participa no Fórum Mundial Social em Porto Alegre, no Brasil. O fórum tem como slogan “Um outro mundo é possível”.
É eleito presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com Israel. Demite-se, meses depois, por razões de consciência.
É o primeiro subscritor do manifesto contra a intervenção militar no Iraque, intitulado “Pela Paz, Contra a Guerra”.
Participa na manifestação pública, em Lisboa, contra a guerra no Iraque. Discursa no final contra a administração Bush.
Participa em nova manifestação pública, em Lisboa, contra a guerra no Iraque.
Publica a obra Um Mundo Inquietante, dedicando um dos seus capítulos ao tema “Europa em mudança”.
Publica a obra Incursões Literárias, onde afirma: “Sempre tive, talvez, uma visão literária da vida”.
Publica a obra A Crise. E Agora?, onde escreve sobre a crise que Portugal atravessa.
Anuncia a terceira candidatura à Presidência da República. É apoiado pelo Partido Socialista.
Realizam-se as eleições presidenciais e Mário Soares fica em terceiro lugar, com apenas 14,3% dos votos.
Publica, com Federico Mayor Zaragoza, a obra Um Diálogo Ibérico no Contexto Europeu e Mundial.
Preside, pela primeira vez, ao júri do Prémio Félix Houphouët-Boigny, da UNESCO.
É nomeado presidente da Comissão Nacional de Liberdade Religiosa.
É nomeado patrono do International Ocean Institute.
Publica o livro Um mundo em mudança, coletânea de textos publicada na imprensa nacional e internacional, onde reflexe sobre as principais problemáticas do país, da Europa e do mundo.
Publica o livro O Elogio da Política, onde reflete sobre a importância da política, dos políticos e dos partidos em democracia, de um ponto de vista histórico.
Publica o livro Em luta por um mundo melhor, coletânea de textos, alguns deles de reflexão sobre a Europa.
Publica a obra No Centro do Furacão. Reflexões sobre a Europa e Portugal em tempo de mudança.
Publica o ensaio autobiográfico, político e ideológico, Um Político Assume-se.
Organiza, em Lisboa, dois grandes encontros de partidos de esquerda e de independentes, que se opunham à austeridade, ao governo e ao Presidente da República portugueses. No segundo encontro chega a pedir a demissão do Presidente da República.
É eleito personalidade do ano pelos representantes da imprensa estrangeira em Portugal.
Publica o livro A Esperança é necessária.
Publica o livro Em defesa do futuro.
Morre a sua mulher, Maria de Jesus Barroso.
Tem a sua última aparição pública, numa homenagem à sua mulher.
Mário Alberto Nobre Lopes Soares morre, em Lisboa. O seu funeral, o primeiro com honras de Estado da história da democracia portuguesa, realiza-se três dias depois, no Mosteiro dos Jerónimos.